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sexta-feira, abril 13, 2007

Sensibilidade Dentinária

Sensibilidade Dentinária

A sensibilidade dentinária é definida como a exposição da dentina cervical, coronária ou radicular, caracterizada pelo surgimento de dor aguda, de intensidade variável, que ocorre frente a um estímulo (frio, doce, ácido), mas que desaparece imediatamente após a remoção deste estímulo.

Diagnóstico da Sensibilidade Dentinária

Para se obter um diagnóstico correto é preciso examinar, comparar, investigar cuidadosamente os dentes, os hábitos de alimentação e freqüência de escovação do paciente.
O surgimento da dor pode ser provocado por estímulos de origem térmica, química ou mecânica. A queixa mais comum é a provocada por estímulos frios. A dor também pode acontecer por estímulos químicos como os alimentos ácidos (principalmente as frutas), doces e raras vezes com o salgado. O estímulo mecânico ocorre freqüentemente quando o paciente fricciona a escova durante a escovação, ou quando esfrega a unha sobre a área sensível desencadeando a dor.

Causas da Sensibilidade Dentinária

A Sensibilidade Dentinária pode se manifestar quando ocorre uma exposição da dentina por perda de esmalte ou pela falta de cobertura da porção radicular do dente pela gengiva.

A cárie dental, até bem pouco tempo, destacava-se como a maior responsável pelos sintomas de dor do paciente e conseqüente consulta ao dentista. Hoje, a queda na incidência das lesões por cárie é nítida, devido a maior informação do paciente em relação à prevenção.
O aumento na incidência das lesões não cariosas (que ocorrem na ausência de placa bacteriana), está diretamente relacionado à manutenção mais prolongada da dentição natural. Atualmente, os pacientes têm mais acesso às informações e uma maior conscientização sobre a importância da higiene bucal e da visita periódica ao dentista. O progresso nos tratamentos restauradores e periodontais e, ainda, o aumento da longevidade do ser humano, faz os dentes permanecem mais tempo na cavidade bucal, tornando-se mais sujeitos a perdas de estrutura dental não relacionadas com o processo de cárie.

As causas dessas lesões que surgem na região cervical são: erosão, abrasão e abfração.


Erosão

A lesão por erosão é definida como sendo a perda progressiva de estrutura dental por processos químicos (ácidos), não envolvendo a ação de bactérias, surge do contato crônico de substancias ácidas de origem interna ou externa com o dente, podendo ocorrer em uma pequena área ou em toda a superfície próxima a gengiva do dente, tendo como característica superfície lisa, sem manchas, com formato arredondado (“forma de pires”). Os ácidos de origem externa são aqueles provenientes da alimentação, de medicamentos ou de produtos ácidos do meio ambiente. A repetida ingestão de alimentos ácidos, principalmente de frutas e seus respectivos sucos (laranja, limão, maracujá, acerola, morango, uva, abacaxi, maça etc.), é a principal responsável pela formação de lesões de origem externa. Os refrigerantes (guaraná, coca-cola), vinhos, vinagres, iogurtes, bebidas esportivas, etc; a constante ingestão de medicamentos ácidos compostos de acido clorídrico, vitamina C ou outros, e também a repetida permanência, em locais de trabalho que exalam ácidos, como indústrias e laboratórios químicos (ácidos sulfúrico, clorídrico, nítrico e tartárico) podem, ao longo dos anos, destruir lentamente a estrutura dental. Os de origem interna são aqueles associados à regurgitação de acido proveniente do aparelho digestivo e que, em geral, está associada a alguma doença crônica. As doenças que provocam a regurgitação constante e que são importantes no reconhecimento destas lesões são: bulimia nervosa, gastrite, úlcera, hipertiroidismo, anorexia nervosa e hérnia de hiato. A gravidez ou alcoolismo crônico também pode originar este tipo de lesão.

Abrasão

A lesão por abrasão ocorre quando há um desgaste mecânico da estrutura dental ocasionada por processos mecânicos externos, como o repetido contato efetuado por um corpo estranho à cavidade bucal, normalmente aqueles relacionados com os hábitos de escovação traumáticos, independentes da oclusão.
A abrasão está diretamente relacionada à escovação e, em geral, o abrasivo que está contido na formulação do creme dental é o maior responsável por tais perdas estruturais. A quantidade, tipo e tamanho dos abrasivos do creme dental, tipo de cerdas da escova dental, a força aplicada sobre ela, assim como a técnica, tempo, local por onde a escovação se inicia e freqüência, podem produzir a perda do esmalte, expondo a dentina, que ocorre principalmente na região próxima à gengiva, onde a espessura de tecidos dentais protetores é pequena.
Essas lesões são mais pronunciadas na região próxima à gengiva dos incisivos, caninos e pré-molares (região mais escovada), mais por vestibular (frente do dente) e predominantemente do lado esquerdo (pacientes destros escovam melhor o lado oposto à mão que higieniza) e mais na maxila (parte superior da arcada dentária) do que na mandíbula (parte inferior da arcada dentária). As lesões por abrasão nunca invadem o sulco gengival.

Abfração

As lesões por abfração foram descritas recentemente (cerca de dez anos atrás), se caracterizando por perdas de estrutura dental na região cervical (proxima à gengiva), resultante da flexão da coroa durante a função oclusal, decorrentes do excesso de esforço. Esse excesso de esforço pode originar-se de interferências oclusais, do apertamento dentário ou até do esforço mastigatório.
Essas lesões são pouco descritas, já que foram reconhecidas há pouco tempo. Com freqüência, a lesão na região cervical é observada em forma de cunha ou “V”, mas pode ser mais arredondada, complicando o diagnóstico. Lesões isoladas, somente em um ou alguns dentes da boca, não acometendo dentes vizinhos, podem ser explicadas através dessa teoria, pois a abrasão não acontece somente em um dente. É muito comum este tipo de lesão invadir o sulco gengival. Estas lesões não podem ser confundidas com as originadas pela abrasão, pois acontecem em uma região que jamais seria alcançada pelas cerdas da escova dental.
A lesão ocorre principalmente em pré-molares, tanto em superiores como nos inferiores, mas também em molares e caninos. A lesão por abfração em dentes anteriores é mais rara de ocorrer.

Tratamento da sensibilidade dentinária

O tratamento clínico de uma lesão cervical não cariosa será ineficiente se a causa não for eliminada. Quando, entretanto, são acompanhadas de sensibilidade dentinária, há necessidade de tratamento restaurador que acelere a eliminação da dor.

Quando o diagnóstico da ocorrência de perda de estrutura dentária na região cervical ocorrer por abrasão, o paciente deve ser orientado quanto aos procedimentos traumáticos de higienização. Cremes dentais muito abrasivas devem ser evitadas. O controle na freqüência, tipo de escovação e força aplicada também contribuem para evitar a progressão da lesão.
A perda de estrutura dental originada da erosão que ocorre principalmente nos dentes anteriores resulta em significante prejuízo estético. A lesão torna-se côncava, dando um aspecto escuro ao dente. A continua perda estrutural produz fraturas de esmalte nas bordas incisais ou oclusais, encurtando o dente. O diagnóstico e tratamento dessas lesões é difícil, pois os pacientes não revelam a história e muito menos se foram portadores de bulimia, anorexia ou alcoolismo. As sugestões para eliminação do fator erosivo seriam: análise da dieta e aconselhamento e redução do efeito da dieta ácida; orientar o paciente quanto ao uso de canudos quando a bebida for ácida; não escovar os dentes imediatamente após a ingestão de substancias ácidas (reduzir o risco de abrasão pela escovação); uso diário de solução fluoretada neutra como enxaguatório bucal, evitando assim a sensibilidade; quando há regurgitação, uso de bochechos com bicarbonato de sódio (substancia alcalina). Para completar o tratamento, executar restaurações.
Quando a perda de estrutura for ocasionada por abfraçao, inicia-se o ajuste oclusal através de tiras de cera e papel carbono fino, com a finalidade de procurar interferências oclusais e facetas de desgaste que possam estar resultando na formação dessas lesões. O procedimento restaurador de uma lesão por abfraçao só será iniciado após a correção dos contatos prematuros.
Como técnicas de tratamento auxiliares temos a utilização de pasta dentifrícias que contém nitrato de potássio em sua composição. O uso de flúor também está indicado, podendo ser recomendado para bochechos caseiros, em pastas dentifrícias ou, ainda, em aplicações tópicas (géis ou vernizes), feitas pelo profissional em consultório.

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